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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Am 14 Februar 2018


Hoje eu completo 26 revoluções em torno do sol, e não sei quantas voltas a lua completou em torno de mim. Há 26 anos acompanho o sol, a lua e os outros planetas no caminho para completar uma revolução em torno da nossa galáxia.
Foi num dia como esse que há 26 anos atrás, que a vontade me trouxe para esse mundo, mundo esse cheio de dor e sofrimento, esse mundo é uma verdadeira copia do inferno.
Devo a minha existência a essa vontade de vida, ela do mais absoluto nada deu vida as estrelas, e delas chamou meus antepassados, e consequentemente a mim. Fui jogado num mundo repleto de conflitos e lutas. O mundo é muito jovem para ter paz, eu sou muito jovem para ter paz. A paz é um desejo da velhice. Deixem que os filhos da vontade façam guerras. Eu e o mundo ainda sagraremos muito nesses conflitos. Pois ainda somos tão jovens!
Há 26 anos a vontade cravou com um ferro em brasas na minha alma um impulso “viva”. Neste dia erguesse para mim como um grande mosaico o significado da vida. Nesse mosaico pode ver meus antepassados, minhas gerações familiares, sou filho de estrelas mortas e herdeiro de milhares de defuntos. Vi em seus pálidos rostos e as seguintes palavras estampadas: vontade, dor, impulso, resistência e vida. Perguntei aos meus antepassados mortos, se eles desejariam voltar a viver. A resposta foi categórica. – Não, agora esse fardo é seu.
Nestes 26 anos apenas amei. Sangrei cada dia, e desejei sangrar mais por você. Quantas vezes amei o que os homens odeiam, e odiei o que eles amam. Quantas vezes amei a humanidade, e qual o preço paguei por essa vontade?
Amei a morte, rezei baixinho por ela todas as noites, e a cantei em publico secretamente durante o dia. Mesmo amando a morte, tive um caso com a vida, aprendi a ama-la. Compreendi que vida e morte são partes de um mesmo ciclo.
Como todo homem amei a felicidade, porém, como poucos homens descobri que ela não existia. Há apenas breves, fugazes, e efêmeros momentos alegres.
Conheci diversas pessoas, mas apenas algumas ficaram, entre elas estão: meu pai, minha amada irmã Liana Cavalcante e meus afilhados Mateus e Rosa, e por fim você meu amado.
Quando não acreditava mais em nada, conheci uma Deusa, a Beleza. Ela se permitiu compartilhar comigo um momento no meu caminho, porém com uma condição, nunca a tocaria, e nunca a teria. Apenas compartilharia com ela pequenos momentos, não me sinto mais tão só, sou grato por esses momentos, esses lapsos de bem-estar.
Chegou o fim da minha contemplação, eis que o véu de Maya cai sobre meus olhos em lagrimas, e eu apenas sigo meu solitário caminho, a vida seguem com seu impulso.

Eu não quero eternidade, eu apenas desejo viver essa vida, e que meu corpo ao parar de funcionar, torne-se pó, e volte à vontade. Quando nossa estrela mãe morrer desejo que cada átomo meu seja espalhado pelo o universo e que eles ajudem, a grande fabrica de sonhos, que é o universo a construir novos mundos. 

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