No Direction Home

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No Direction Home - Porsche 911

sábado, 8 de julho de 2017

Poema de uma guerra



- Você já olhou para o céu hoje?
Hoje eu olhei, e vi um espelho
Refletindo a historia do seculo,
Me senti tão longe, como queria
Estar longe. Como eu queria voar no tempo,
E chegar em um lugar tão distante,
E ver as maquinas voadoras
Rasgando o céu,
Como somos filhos da história
Filhos de um tempo que não nos
Foi dado a viver, apenas contemplar
As suas criações.
Como gostaria de viver um passado
Que não é meu, que não me foi dado.

- Lembra quando corríamos nos campos abertos? Lembro-me de descansamos a sombra de uma arvore, e de lá poderíamos ver o céu tão azul, tão pacifico, tão diferente do nosso tempo. Lembro de ver aviões sobrevoando e tirando a calma do nosso céu, sempre ficava pensando ande vão? Será que voltam?
A partida é sempre algo presente, nesses tempos não sei o que dizer, será que sobreviveremos a esse seculo? São tempos sombrios, tenho medo de que não volte meu amado ou será que sou eu que não voltarei?
Não sei no que acreditar, há uma sombra no meu norte, eu deveria partir, mas não tenho coragem, deixar minha cidade e alguns amigos, é um preço muito alto, você sabe disso! Apenas queria uns momentos de paz, um momento que eu pudesse me refazer.
Eu contemplei as dores do mundo, vi como podemos ser maus, e mesmo dentro dessa maldade ainda existe um pouco de bondade, acredita? Eu vi seus olhos, como estavam calmos e serenos. Lembro-me de tua ultima carta meu amado. Lembro-me de tuas palavras:
“Somos filhos da história, carregamos sobre nossos ombros o peso do passado, as dores de uma miséria e ainda assim no meio de tanto mal  encontramos forças para uma elevação, forças para resistir diante do mal. Fragmentos de uma memoria , fragmentos de uma historia, pedaços de nossas almas.
Eu andei por mais de uma hora em campo aberto, apenas via ruínas e corpos. Eu apenas andava, não conseguia sentir meu corpo. Estava anestesiado não sabia para onde ir, apenas andava. Estava diante das ruínas de um passado que refletia um futuro.
O homem é um ser miserável que chafurda na sua própria ruína, porém no meio dessas ruínas ainda aparecem flores que resistem a miséria, que tentam negar nossa desgraça e nos levam a colher algo de bom, algo que nos melhora, mesmo com nossa fragilidade. “