No Direction Home

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No Direction Home - Porsche 911

sábado, 28 de outubro de 2017

No Teu Altar


Eu não sou santo,
Eu não quero ser santo,
E nunca fui santo.
Eu sou apenas um humano,
Fruto da vontade,
Essa mesma vontade
Pulsa dentro de mim,
Eu tenho desejos,
Há toda uma vontade de vida
Eu desejo
Contemplar ti, como um poema
Então, não me ponha num altar
Onde os beijos são pecados,
Os beijos devem ser orações
Que nos levam ao sagrado,
Que nos levam a vida.
A vontade de vida.

Eu não quero o teu altar, não quero que me diga o quanto sou amável, o quanto sou bom, ou o quanto me admira, chega! Eu não quero isso! Eu quero o teu ser, eu quero o teu corpo, o teu beijo, o teu sexo. Não quero está em um altar para ser cultuado, como um ser longe da realidade, não, não quero! Eu quero o contato, eu quero o mundo físico, um mundo onde eu posso te tocar, sentir teu cheiro. Não quero ouvi lamentações, e preces, deixe isso para os santos, eu sou um pecador, e tu és um dos meus pecados, eu a desejo. Eu sonho contigo todas as noites, minha humanidade pulsa diante de ti, minha fragilidade diante de ti também grita, mas algo pulsa ainda em mim, por mais que a dor exista, a vida resiste, eu pulso, algo ainda pulsa. Algo ainda respira e mandam eu ir em frente. Eu preciso seguir. Um impulso clama por vida, ele grita para ser afirmado.


sexta-feira, 27 de outubro de 2017

A história dos Erros


Sentia me livre ao teu lado, poderia voar, chegar até os limites da nossa atmosfera, eu era livre, seguro de mim durante um momento. Como Íkaro havia nos ensinado não se pode voar com materiais que se tornam líquidos, eu não aprendi a lição, a usei como asas e voei, foi em alturas que não conhecia, algo inimaginável para um ser das trevas, acostumado com as sombras que agora eu era.  
A luz causa efeitos desconhecido nos seres da escuridão. Ela, os fazem pensam que podem ser diferentes, que podem viver, que podem ser livres, quando sabemos que não, esses seres são da escuridão, não há amor, alegria ou qualquer coisa “boa” para eles, eles devem ser desprezados. Não são dignos do convívio humano. Elas são apenas criaturas da dor, ódio e sofrimento. Não podemos dar-lhes mais nada, não são humanos, não são digno, talvez por um breve momento os humanos para exercita a caridade levem para eles pequenos momentos de luzes, talvez para aliviar suas dores, ou piora-las, no final não sei, por misericórdia ou fetiche, o caso se deu.
Eu voava livre, sentia o ar, sentia as nuvens em minha pele, por um momento consegui sentir a brisa do mar em minhas faces, eu era aquilo que sonhei, um ser pleno, livre de minhas amarras, de minhas trevas, meu ser via a luz, sentia o sol, por um momento brotou no meu peito alguma alegria. Ver a luz, sentir o seu calor me deixou feliz. Como eu queria estar perto dessa luz, como queria estar com o calor que emanava dela.
Mas como já dizia o poeta alemão aquilo que traz a nossa alegria também é a fonte de nossa desgraça. A luz e o calor que eu tanto gostava derreteram minhas asas, o calor as liquefizeram, a gravidade logo tomou conta de mim, e em um rápido momento me vi em queda, não mais me controlava, as nuvens que outrora me faziam companhia agora passavam por mim velozmente, o ar que outrora era agradável agora era quente, meu coração disparou, não sentia mais meu corpo, uma força incontrolável me sugava, em um breve instante eu rezei aos deuses, esses ignoraram minhas preces, eu apenas cai, conforme caia, meu corpo se desfalecia, suado, cansado, meus músculos tentavam responder porém era em vão, tentava me segura mais onde? Ou em quem? Cada segundo o fim parecia estar próximo, e estava.
Meu corpo foi lançado violentamente ao solo, nunca me pareci tão frágil, choquei me ao solo com tamanha força que me partir em mil pedaços, a dor foi intensa, nunca havia me sentindo assim, pode ver meu sangue respingar, estranhamente a vida em mim ainda resistiu, a dor não foi capaz de me matar, a essa hora apenas rezava para que a morte me libertasse, mas como não posso me esquecer, sou um ser das trevas, deus ou o diabo me recusaram, não posso entrar no paraíso, não sou digno disso, sou um ser monstruoso, incapaz de ter amor, de ter compaixão, as portas do céu foram fechadas, os santos me viraram as costas, lançaram me no inferno.

No inferno não tive melhor sorte, o diabo olha, ri e fala, - és tão miserável que não é digno de um local no inferno, vais embora, teu pecado é maior do que esse lugar comporta, és um desgraçado, teu castigo deve ser o mais insuportável. Nunca terás um lugar para chamar de seu. Vai vagar nas trevas, nunca terá lugar para descansa, sem porto para atracar, sem amor, sem paz, serás atormentado com a eternidade, com as dores do mundo, todos têm um local de repouso, tu não terás, um ser tão horrendo, não achara paz. Vivera nas trevas, a luz não mais tocaras teu ser, ficarás louco, e todas as dores do mundo habitarás no teu ser. O teu tormento será a eternidade, a solidão, a loucura, e tua aparência será tão horrível que não mais será reconhecido como humano, tornara-se um mostro, não resta compaixão para ti. Todos o esqueceram, tua memoria será apagada. Ninguém o reconhecerá. Este é o teu tormento. Tua única companhia vai querer te matar todo o dia, e te provocará mais dores a teu peito, terás por única companhia a filosofia. Até os seres miseráveis terão pena de ti. Pobre condenado, melhor seria não ter nascido, se tivesse melhor seria ter se matado, agora és condenado pelo pior crime, és condenado a ser filosofo.