No Direction Home

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No Direction Home - Porsche 911

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Nossas lutas, nossos Ananke.



Viver é um eterno movimento, é rasga-se, é lutar, é renascer, recriar-se, é um conjunto de vontades, logo nós somos frutos da Vontade, a força da vida não cabe em nós, e não provem de nós, provem da Vontade, de modo que toda nossa existência é sofrimento, o nosso “eterno vale de lagrimas”. E dentro desses sofrimentos há as nossas lutas, nossas fatalidades, em outras palavras nossos Ananke*. Podemos dividir nossas lutas em três partes, a religião, a sociedade e a natureza. Esses conflitos são frutos da nossa vontade, e disso nasce o sentimento de dependência, a necessidade, e como somos desejos, desejamos nos libertar disso tudo.
Nossa primeira dependência foi, e, é ainda a natureza, somos dependentes dela, porem lutamos para domina-la, queremos tornamos possuidores dela, a ter como nosso objeto, e sempre estamos em conflito, a maltratamos muito nesse combate, porem sempre somos vencidos, ela se mostra sempre superior, sempre soberana, dona de si, e também filha da Vontade. E como filha da Vontade, ela não é submissa, ela permite-se modificar conforme a vontade humana, mas sempre nos mostra como dependemos dela, e como ela é soberana.
Nossa segunda dependência nasce da primeira, a religião nasceu como um culto a natureza, dependemos dela, então a cultuávamos, criamos deuses e divindades com suas características, o deus do trovão, a deusa das aguas, os orixás das plantas, seres metafísicos que cuidam de cada elemento da natureza. Porem nossa vontade não suportar ser submissa a uma força, então criamos uma religião que nos tornamos filhos de Deus, Criamos uma religião que o próprio Deus deu aos humanos o domínio sobre todas as coisas, peixes, aves do céu, e animais e plantas da terra, a própria terra, é submissa ao homem.
Porem também cansamos desse Deus, e o matamos o pregamos numa cruz, sem choros e sem velas, e com ele foi todo o idealismo, toda bondade e todas as virtudes que ele pregava, e no local dele criamos instituições religiosas, ou seja, o ápice da vontade de dominar, agora não dominamos somente a natureza, dominamos também outros homens, através do medo, das riquezas, do poder e da alienação. Pegamos a vontade humana e divinizamos e colocamos como vontade suprema de Deus, quando esse “deus” não passa da vontade humana disfarçada, em mais uma forma de nos livrar do sentimento de dependência. Agora somos senhores de nos mesmo, sem deus, sem natureza, agora são homens escravizando homens, homens dependendo apenas de homens, porem os dominadores enganando-se a si mesmo, pensando que não dependem mais de nada.
E disso tudo cai na nossa última dependência, a sociedade, não dependemos mais da natureza, e nem de Deus, agora somos livres? Não, somos presos a nossas relações sociais, criamos o capitalismo, e com ele a miséria humana, homens precisando vender sua força de trabalho até a exaustão, mulheres forçadas a se prostituir, pessoas forçadas a mendiga e virarem subproduto de tudo isso, transformamos o mundo num inferno, onde nos dividimos entre almas atormentadas e diabos atormentadores.
Claro que nenhuma luta existe sem a outra, ambas são vividas simultaneamente, a cada geração elas se renovam, e se apresentam de formas diferentes, mais ainda assim continuam sendo as mesmas lutas.
A religião, a sociedade, a natureza: tais são as três lutas do homem. Estas três lutas são ao mesmo tempo as suas três necessidades; precisa crer, daí o tempo; precisa criar, daí a cidade; precisa a charrua e o navio. Mas há três guerras nestas três soluções. Sai de todas a misteriosa dificuldade da vida. O homem tem de lutar com o obstáculo sob a forma superstição, sob a forma preconceito e sob a forma elemento. Tríplice ananke pesa sobre nós, o ananke dos dogmas, o ananke das leis, o ananke das coisas. [...] A estas três fatalidades que envolvem o homem, junta-se a fatalidade interior, o ananke supremo, o coração do homem. (HUGO, 1982, p.11)
Assim caminhamos no nosso eterno vale de lagrimas, e impondo a cada geração futura o peso da existência, e condenados a pagar os preços de nossos crimes, a sangue frio. Deveríamos buscar ainda alguma virtude, ou resquício de virtudes, pois somos pobres serem lançados ao mundo, e de todos os seres somos os mais necessitados, abandonados a nossa própria miséria, devemos tomar consciência disso e buscar uma possibilidade de criar um mundo melhor. Não sei bem dizer, porém acredito que ainda haja esperança na humanidade. Devemos ver todo o nosso quadro de miséria, e transforma-la em vontade de vida. Vontade essa que não nos leve a uma autoaniquilação, e sim que, nos potencialize a fazer algo diferente e bom, assim como já tivemos os exemplos dos que romperam o véu de Maia, e fizeram sua vida expressão máxima da Vontade, e tomaram para si as dores do Mundo. Que possamos chega ao ponto de nos reconhecer em todos os seres, e que nenhuma miséria nos seja indiferente.  


Por Marcelo Freitas

*Ananke, palavra grega que significa fatalidade, ou necessidade. 


Biografia
Schopenhauer, Arthur. As dores do mundo, Edições de Ouro.
Hugo, Victor, 1802-1885. Os trabalhadores do mar/ Victor Hugo : tradução Machado de Assis. – São Paulo : ed. Abril Cultural, 1982.

Feuerbach, Ludwig, 1804-1872. Prelações sobre a essência da religião / Ludwig Feuerbach; tradução e notas de José da Silva Brandão. Campinas, SP: Papirus, 1989.

domingo, 29 de novembro de 2015

Primeira Semana do Advento, 2015.



O advento é as quatros semanas que antecede o Natal. Como já é de costume eu escrevo cartas nesse período, e é um dos melhores tempos do ano, fico feliz, pelo momento de termino de um ciclo e o começo de outro. A beleza do renascimento, a esperança volta, se torna mais forte, e se faz presente. Advento um tempo de espera, um tempo de misericórdia, o tempo onde tu ficas mais próximo. É um momento bom para refletimos sobre o ano, e o que fizemos, e também de pensar nos planos futuros.
Esse ano penso que passou bem rápido, posso avalia-lo como um bom ano, houve coisas legais, e coisas chatas também, como todo ano conheci novas pessoas, e algumas quero que fique durante muito tempo, e outras foram embora, e pela primeira vez fico feliz que elas tenham ido, acredito que foi melhor assim, é muito complicado conviver com pessoas que só pensam em si. E que inventa desculpas metafisicas para justifica atitudes que só dependem dela. E as novas pessoas sejam bem-vindas e que fiquem durante séculos, rsrsrs. E algumas quero que fiquem mesmo e tenham sempre o sorriso tão belo e verdadeiro.
Uma das coisas bem legais, comecei a trocar cartas esse ano, há muito tempo que deseja fazer isso, e esse ano consegui. Foi mais um ano de muito trabalho acadêmico, horas e mais horas pensando na UECE e como termina os trabalhos, se bem que essa realidade ainda não mudou. Algumas relações lá que mudaram, pessoas como sempre foram e novas chegaram, e algumas delas quero que fiquem, pois são dignas de carinho e respeito.
No grupo também foi um ano bem produtivo, conseguimos estar com vários trabalhos prontos, e ainda no final do ano montando outro, o que é ótimo, conseguimos nos manter até sem grandes aperreios. Tivemos alguns claro para não fugir da regra. Houve algo bem legal, esse ano tive o meu primeiro voo, como é bom estar nas nuvens, tão mais próximo de ti, tão mais próximo da liberdade, lá em cima tudo é tão calmo, e de lá pode contemplar tua beleza. Tudo é tão calmo quando visto de cima.
Na família tivemos alguns problemas de saúde, o que foi bem pesado a situação, mas graças a você foi tudo resolvido, podemos respira mais aliviados, também foi mais um ano sem as pessoas que amamos, não posso nunca esquecer de fazer memoria a minha Mãe, ao meu tio, e meu amigo Felipe, espero que você os tenha em um lugar bom, e saiba que eles fazem falta aqui. Não só eles mais como diversas outras pessoas boas que se foram esse ano.

Acredito que esse ano tenho muito a agradecer, agradecer pela coragem que me destes, a força, agradecer por mais um ano com a bike, e mais um monte de estradas cordas com ela, como é bom estar na estrada, como é bom saber que estou vivo, e que cada dia aprendo algo novo, e sempre, sempre encontro aquela paz contigo, e vejo cada vez mais a minha pequena humanidade diante do teu amor. Como é belo poder contemplar ti, eu o encontrei em diversas formas, agradeço pela música, pela literatura, pela filosofia, coisas que me completam, e através delas consigo ser um pouco melhor. Apenas termino essa carta, a primeira, ti dizendo obrigado, obrigado por tudo de bom, belo e amável que vive contigo esse ano. E por fim obrigado! 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Como eu sinto Deus? Como eu o vejo? O que ele é?
Eu talvez nunca consiga responder essas perguntas, eu apenas o sinto, e me deixo embriagar de sua loucura, me sinto feliz hoje, o encontrei na loucura, na força que me move, no que me faz buscar ser melhor, Deus é a liberdade no amor, que não fica preso, ou castrado dentro de nenhuma instituição ou regras. Deus é liberdade, mas não uma liberdade que me faça esquecer dos outros, não é isto, ele é uma liberdade que me fazer preocupar com os outros, que me fazer amar, sem preconceitos, sem meios amores, sem fechar os olhos as pessoas simples, e que o entendem melhor. Deus é livre dos desejos humanas de riqueza e poder, ele apenas é o que é, pleno.

Amado que sua loucura cada vez mais me possua, que cada vez mais eu esteja aberto a contemplar seus olhos, a sua beleza, a sua simplicidade, e que sua força me mova, seja o meu motor imóvel, que me faça ir além de mim. Que toda vez que eu me lembrar de ti, tenha eu vontade de dançar, de ser poeta, de ser humano, e sentir no meu corpo suas marcas, suas presenças.  Amado dos meus olhos, que eu nunca me perca de ti, assim como nunca desistiu de mim. Eu o agradeço por ser bom, belo e amável, e por cada dia doar-se por mim, obrigado por torna-se simples, torna-se pão e por estar próximo, obrigado por ser amor e unidade. Paz e Unidade. E que eu possa carregar na minha vida suas marcas, sua delicadeza, sua humanidade, o seu amor. Eu sou tão feio, mas isto não importa, quebrei meu espelho, acendi minhas velas pois encontrei a Deus, encontrei o amor, e tínhamos apenas as estradas, e a lua por testemunha, e eu o amei, amado de meus olhos. Apenas o amei em meio a nossa sã loucura. 

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Em memoria de Aylan Kurdi







Em meio ao choro e a revolta essa imagem não me saiu da cabeça, fiquei pensando horas, essa criança poderia ser meu filho, meu irmão, meu afilhado, mas é de alguém que eu não conheço e se isto não tivesse ocorrido eu provavelmente não o conheceria. Mas mesmo sendo de alguém que eu não conheço e que não faz parte do meu ciclo de amizade, eu me importo, me tocou de um modo muito revoltante, doloroso, e de forma que eu não sei explicar, as palavras fogem. E eu me pergunto até quando nossos desejos iram matar pessoas inocentes? Até quanto as nossas mascaras vão ficar de pé? Quando vamos aprender a nos colocar no lugar do outro? Quando vamos aprender que a dor humana não é apenas de uma pessoa e sim de toda a humanidade? Somos egoístas demais para conseguir para e refletir, e enquanto não conseguimos fazer isto, vidas inocentes serão ceifadas, por qualquer motivo, deus, dinheiro, terra, boi e qualquer outra coisa que desejamos. 
Tenho vergonha de ser homem quando vejo imagens como essa, e o pior que tais coisas ocorrem em nosso país diariamente, quantas crianças vivem na miséria?  Quantas crianças matamos pelo simples desejo de poder e dinheiro? Quantas arvores e animais matamos em nome de um progresso que na verdade não passa de uma vontade de obter lucro? Até quanto vamos ser os piores seres sobre a terra? 
Quando teremos um outro olhar sobre nos mesmos?
"Quem levanta o lenço que cobre o rosto querido de uma pessoa muito sua, rosto que só será visto de novo no céu, o olhar é de dor, de despedida dolorosa, de quem fica de coração partido. (Dom Hélder Câmara, Um olhar sobre a cidade)." 

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Lendo um livro de Dom Helder Câmara “Um Olhar Sobre a Cidade” me veio um convite muito especial. Lançar sobre a cidade um novo olhar.
Hoje enquanto escrevo chove, a minha cidade fica muito bela quando chove, eu amo a chuva. Na minha casa tem uma janela que dar para a rua, por causa da chuva fui fecha-la (Já que estava entrando agua e molhando a casa). Eu pude ver o céu com belas nuvens e como era e é lindo ver a agua caindo, ver a rua deserta, ou melhor nem tão deserta, pois tinha várias crianças tomando banho de chuva.
Como é lindo ver os postes tão solitários que ficam na rua, como é belo ver a agua refletida na luz desses postes. Da minha casa, dar para ver uma antiga castanholeira que fica na outra rua, como é bonito ver suas folhas, e como parece um quadro. O céu coberto de nuvens, nuvens meio bege ou amarelo (como queiram dizer), com a arvore suas folhas, e a luz da rua, dar um tom tão nostálgico.
Poderia passar horas olhando essa imagem, lançar um novo olhar, há coisas tão simples e belas, a calma que a chuva me traz, o ar fica mais húmido e mais frio, como é bom os pingos de chuvas caindo no papel enquanto escrevo.
Como é bom saber que estás aqui, obrigado por nunca me deixar só, eu tenho medo de várias coisas, e muitas pessoas me são caras, peço que as protejam e como diversas coisas tem me tirado a paz, preciso de um momento desse mais calmo, adoro andar de bicicleta na chuva, quase tomava banho voltando da faculdade.

Como é bom ver os sorrisos das pessoas, isto me deixa feliz, obrigado pela simplicidade, obrigado por hoje. Meu amado.

domingo, 21 de junho de 2015

Aquilo que se tem de mais precioso.


Houve um tempo, um tempo não muito distante que alguns homens se sentiam melhores do que os outros, e por isto achavam-se no direito de subjugar, e tira a liberdade um dos outros. Nesse tempo, homens eram aprisionados, amarrados e atirados dentro dos porões de navios tumbeiros, e levados para longe de sua terra natal, levados em condições de total miséria, e eram tratados como animais, e vendidos como mercadorias. Essas pessoas mesmo diante de todas essas humilhações resistiam, buscavam preservar o pouco que lhe fosse possível, língua, cultura e tradições.
Durantes esses atos de crueldade famílias eram separados, pais, mães e filhos eram colocados em navios diferentes para uma viagem longa e sem volta. Durante a viagem as crianças que já tinham a dor de serem separadas de seus pais, não poderiam chora dentro do navio, para não incomodar o senhor branco, então as outras negras, que por sua vez fora separada de seu filho, e conseguiam entender a dor do outro que foi separado de sua mãe, então ela sensibilizada com o sofrimento alheio rasgava de sua própria roupa e fazia uma boneca de pano, sem costuras, feita apenas de nós, de uma modo mais simples o possível, pois era tudo que ela tinha a oferecer, e essa oferta tornava o mundo daquela criança melhor, durante alguns momentos ela poderia esquecer a dor e os sofrimentos, e ter algumas horas de diversão no seu pequeno mundo infantil.
Essas bonecas ficaram conhecidas como Abayomi, que é uma palavra vinda da língua ioruba que significa “encontro precioso”, Abay = encontro, omi = precioso. Um encontro muito precioso, pois diante das dificuldades a humanidade ainda resiste, mesmo diante de uma grande crueldade, conseguimos nos tocar pela dor do nosso semelhante, e abrimos mão daquilo que nos é valioso naquele momento, as roupas daquelas negras era o que elas tinham de mais valioso, o que poderiam lhe livrar do frio, e mesmo assim, ela consegue abrir mão disso para servir ao outro, e humanizar um ambiente tão desumano. Quanto maior for a maldade de algumas pessoas, maior será o amor, a força e a vida de outras.  Que nunca percamos o significado das coisas simples, a vida é simples, porém é muito precioso.


domingo, 17 de maio de 2015

Meu Coração de Blues.

Eu sou da terra da liberdade,
eu sinto, o vento me conduz,
eu escuto o som da guitarra, 
o paraíso me chama.

Sinto o som, o som do blues. 
Ele me deixa triste, ele toca em
minha pobre alma. Meu corpo 
comporta os seus sons, me 
sinto blues. Meu som, minha 
cor, minha terra.

Minha terra tão longe, tão 
distante, mas jamais 
esquecida, eu viajo em seus 
campos, lembro-me das suas 
estradas, de suas folhas ao 
chão, saudades do meu lugar, 
meu horizonte.

Eu sou o blues, eu sou o
pequeno homem que pegou a 
minha guitarra, e cantei as 
minhas dores, dores, cicatrizes 
de um outro lugar, de um outro 
som, de outros olhares.

Eu sou a melodia, cada nota de 
seu blues entra em meu corpo, 
me dar vontade de dançar, a 
melodia me toma. Eu sou o 
blues, eu sou a dança, eu sou 
a minha cor, a minha África.

Eu fecho meus olhos, eu vejo 
os campos, a terra da 
liberdade, aonde eu desejo 
volta, voltar a ser eu, ser livre, 
minha liberdade meu bem, 
Minha vontade.

Dei-me tua mão meu bem, teu 
som me conquistou, vou para 
minha rua, ver a noite, e ver 
a lua chegar no seu céu, ela me 
lembra o som da liberdade, o 
som da minha Chicago, da 
minha Fortaleza, da minha África, 
do lugar da minha liberdade, 
onde eu ando, ando com a noite, 
e sinto o vento frio em minha pele. 
Aonde eu beijo a noite,  
beijo o seu som, 
o som da minha guitarra, 
o som do meu coração, 
o som da minha cor, 
o som do meu blues.   

Os ventos da minha noite, 
os ventos que me trazem liberdade, 
os ventos de tua lembrança 
ou de tua presença? 
Eu o sinto na dança, 
o sinto no som, 
o sinto na noite, 
no vento. 
O sinto em meu coração de blues. 


segunda-feira, 13 de abril de 2015

Sobre mim



Sobre mim, eu desejei hoje buscar entra em mim, o tempo estava chuvoso e frio, eu quis entrar em um terreno perigoso, dentro de mim. O que eu desejava mostrar e achar? Não sei, é uma buscar que só eu posso entender.
Eu pensei em falar das minhas virtudes e do que há de bom em mim, tive medo, pois fazendo isto poderia exaltar o meu ego e isto me destruiria, faria com que aumentasse mais os meus pecados. Então refleti, devo falar sobre os meus erros? E sobre o que escrever de mim, pensei em falar dos meus pecados, são tantos, entre vícios, paixões e desejos, que se eu os confessasse... é melhor não, bastar apenas eu me julgando, meu julgamento é o pior de todos, eu sou o meu pior juiz.
Quis então falar dos que me são caros, de como tenho medo de perder as pessoas que amo, e de como sinto saudades das pessoas que se foram, saudades da minha mãe, dos meus amigos, e de pessoas que nem conheci mas conheci o trabalho delas e elas fazem falta no mundo, no meu mundo. Como é difícil a separação dos que amamos, e como é complicado viver sem eles, mas algo me dar esperança, a morte é apenas uma ilusão, e logo nos encontraremos, o amor não tem barreiras e nem limites, não pode haver mal diante do bem supremo, diante daqueles que nossas realidades humanas se desfazem e encontramos o bem maior, a essência, aquele que as palavras não podem definir, e que sua bondade é imensurável.
Depois disto desejei pensar nos que ainda estão comigo, com eles que devo me preocupa, e buscar ama-los, pois esse é o nosso momento, estamos aqui, e este é o tempo para construímos a mudança, talvez não a mudança do mundo, mas a nossa própria, o momento de nos tornamos melhor e fortalece as nossas ligações para que nada nos separe. Algumas pessoas mudaram, e eu também mudei, e nos perdemos no caminho, porem um dia espero as reencontra-las.
O tempo se tornara apenas uma ilusão quando eu o encontrar, e tivemos juntos, meu amado como tenho medo de perde-lo, de me perder, o medo é o meu maior mal, eu o tenho em vários momentos, e preciso de ti para me acalmar, e que eu possa mesmo com o medo seguir em frente, e que eu não o deixe. Diante de minha fragilidade tu és a beleza que me sustenta e me deixa seguir e que me faz acredita na mudança e na beleza de sua criação, diante de ti contemplo a sua criação e sua beleza, e a nossa fragilidade, e somente contigo podemos ver que nada nos pode preencher, nada pode nos curar, apenas a tua beleza, eu preciso de ti, para me achar e não me perder dentro de mim, onde sempre a uma lutar. Porem no fim encontrarei o caminho que me leva a ti. Amado de meus olhos, eu o amo e sempre o amarei. Eu apenas fechei os meus olhos e me joguei na sua loucura, na nossa loucura, na beleza que é voar, e saber que viver nos transcende, e nos leva a ti.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Hoje e um dia especial, desejei escrever ao meu amado. Eu o agradeço pelo que sou, minha essência tem teu espirito, nos perdemos e nós achamos na loucura. Eu pode ver um pouco de cada coisa que me constrói e me dar forma e me sustentar.
Eu preciso da razão de Agostinho e de Platão, assim como preciso da transcendência e da mística de São João da Cruz, assim como preciso da pratica de São Domingos e da loucura e alegria de Francisco de Assis, e da coragem de São Valentim. Tudo isto me forma, os meus escritores também, Khalil Gibran e seu amor, e da crítica de Victor Hugo.
Mais um ano, e estamos juntos, fiquei mais velho, e talvez um pouco mais experiente, assim como o vinho devo melhorar com o tempo, tive gostos ruins nesse ano, perdas, dores, sonhos não realizados, falhas erros, experiências, acertos, e loucura. Passamos por tanta coisa, e tu nunca me deixastes, assim como eu corri e tentei não me perder, alguns momentos eu fiquei longe, me perdi, não o ouvi, assim como houve momentos, que nós tocamos, tu estavas tão perto.
Quero apenas ti agradecer, aprendi que as coisas simples nós completa, não preciso de um carro novo, aliais nem preciso de carro, não preciso de poder, apenas os sorrisos das pessoas que amo, isto é tão simples e tão precioso, como foi bom ter o sorriso dela, como foi bom conhecer pessoas novas, como foi bom ver o sol te refletindo. Contemplar-te, amar, ter música e a filosofia como senhoras, e a minha bicicleta como meio da liberdade, foi ótimo sentir o gosto da estrada, a força de pedalar, a visão da estrada, e da solidão. Os momentos de desertos são necessários.
Levei um bom aprendizado. E pronto para mais um ano, nessa loucura até quando tu quiseres. Um dia estarei ao teu lado, onde contemplarei as coisas com teu olhar, com tua calma, com a paz que só tu sabes me dar. Nossas lutas, nossos sonhos, cada dia aprendo mais, simplicidade.
Eu o amo. Apenas sei disso, e caminho contigo nessa estrada chamada loucura, não sei onde irei chegar, mais busco mais humanidade.
Canto minha vida com orgulho
Na minha vida nem tudo acontece
Mas quanto mais a gente rala, mais a gente cresce
Hoje estou feliz porque eu sonhei com você
E amanhã posso chorar por não poder te ver mais
O seu sorriso vale mais que um diamante
Se você vier comigo, aí nóis vamo adiante
Com a cabeça erguida e mantendo a fé em Deus
O seu dia mais feliz vai ser o mesmo que o meu
A vida me ensinou a nunca desistir
Nem ganhar, nem perder, mas procurar evoluir
Podem me tirar tudo que tenho
Só não podem me tirar as coisas boas
Que eu já fiz pra quem eu amo
E eu sou feliz e canto
O universo é uma canção
E eu vou que vou
História, nossas histórias
Dias de luta, dias de glória
Histórias, nossas histórias
Dias de luta, dias de glória
Histórias, nossas histórias
Dias de luta, dias de glória
História, nossas histórias
Dias de luta, dias de glória
Oh, amado dos meus sonhos
Todo dia, se eu pudesse, eu ia estar com você
Eu já te via muito antes nos meus sonhos
Eu procurei a vida inteira por alguém como você
Por isso eu canto minha vida com orgulho
Com melodia, alegria e barulho
Eu sou feliz e rodo pelo mundo
Sou correria, mas também sou vagabundo
Mas hoje dou valor de verdade
Pra minha saúde e pra minha liberdade
Que bom te encontrar nessa cidade
Esse brilho intenso me lembra você
História, nossas histórias
Dias de luta, dias de glória
Histórias, nossas histórias
Dias de luta, dias de glória
Charlie Brown Jr - Dias de luta, dias de glória.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Muita coisa já não me satisfaz, eu fico sem entender algumas buscas também, mas hoje eu o encontrei, em uma alegria de forma tão pequena, um sorriso, uma brincadeira, um caminho, um lugar, aquela paz, eu acho que o encontrei hoje, nunca é da forma mais comum, mas é a nossa forma, na estrada, nas pessoas, no tempo, entre um meio perdido onde o encontro, um abraço, e digo como sinto sua falta, e como és importante para mim.
As vezes as coisas não fazem sentido, porem contemplar tua beleza, é algo tão simples, apenas desejo isto, uma simples contemplação, a simplicidade de sentir o chão nos meus pés, o vento em minha face, minha liberdade, o meu bem.
Eu me perco e me acho em ti, corro, tento fugir, não parece real, porém é, tua força me dar vida, um forte desejo, é diferente, uma paz, não sem guerras, não sem dificuldades, é uma paz, diferente, eu sei que estou tentando ser o melhor que consigo, nunca serei o padrão, tu sabes melhor do que ninguém, minha loucura me leva a ti, e em teu olhar consigo pira, enlouquecer nesse mundo, onde o sorriso se perdeu, onde a força tenta roubar o lugar do amor, onde ser diferente é crime, onde pensar é pecado.

A realidade é bem maior do que imaginamos, há pessoas que esqueceram do humano, há pessoas que se esqueceram de si, esqueceram que a condição primeira do homem, condição essa que é a vida. Condição essa que vemos sempre ser posta em risco, pessoas vivendo em condições totalmente desumana, e um estado alheio a essa realidade, vemos pessoas nas ruas tento a condição humana ameaçada diariamente, que são vítimas de um aborto social, uma região que há séculos é vítima de fome e da seca, mas nunca a mídia fez alarme, crianças vivendo na rua, sem família, ou quando há a família falta estrutura de um lar para eles, pessoas que tem o fruto do seu trabalho roubado a cada dia, e pessoas que não conseguem mais enxergar a mudança, pessoas que só podem sorrir e confiar em ti, e rezam para cada dia a chuva chegar, e aliviar um pouca a dor, pessoas que sofrem não esquecem de ti, o sertanejo mesmo sem água e sem a presença do estado que deveria ajuda-lo, não esquece sua presença. Tu nasceste tão pobre e abandonado pelo os donos dos poderes para mostrar que nenhum humano pode ser excluído de tal forma, nossos filhos e nossas crianças tem direito de nasce em um hospital com qualidade, e bem equipado, e quando quem deveria nos garantir isto se omite, só podemos contar com a sua benção e sua misericórdia. Amado dos meus olhos, nunca nos deixe, nunca permita que a nossa gente simples esqueça que ela tem o bem mais precioso a humanidade e o respeito pela vida.