No Direction Home

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No Direction Home - Porsche 911

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Em memoria de Aylan Kurdi







Em meio ao choro e a revolta essa imagem não me saiu da cabeça, fiquei pensando horas, essa criança poderia ser meu filho, meu irmão, meu afilhado, mas é de alguém que eu não conheço e se isto não tivesse ocorrido eu provavelmente não o conheceria. Mas mesmo sendo de alguém que eu não conheço e que não faz parte do meu ciclo de amizade, eu me importo, me tocou de um modo muito revoltante, doloroso, e de forma que eu não sei explicar, as palavras fogem. E eu me pergunto até quando nossos desejos iram matar pessoas inocentes? Até quanto as nossas mascaras vão ficar de pé? Quando vamos aprender a nos colocar no lugar do outro? Quando vamos aprender que a dor humana não é apenas de uma pessoa e sim de toda a humanidade? Somos egoístas demais para conseguir para e refletir, e enquanto não conseguimos fazer isto, vidas inocentes serão ceifadas, por qualquer motivo, deus, dinheiro, terra, boi e qualquer outra coisa que desejamos. 
Tenho vergonha de ser homem quando vejo imagens como essa, e o pior que tais coisas ocorrem em nosso país diariamente, quantas crianças vivem na miséria?  Quantas crianças matamos pelo simples desejo de poder e dinheiro? Quantas arvores e animais matamos em nome de um progresso que na verdade não passa de uma vontade de obter lucro? Até quanto vamos ser os piores seres sobre a terra? 
Quando teremos um outro olhar sobre nos mesmos?
"Quem levanta o lenço que cobre o rosto querido de uma pessoa muito sua, rosto que só será visto de novo no céu, o olhar é de dor, de despedida dolorosa, de quem fica de coração partido. (Dom Hélder Câmara, Um olhar sobre a cidade)."