Começo
o meu texto, com o seguinte título, “este é o tempo”. Fechamos mais um ciclo,
completamos mais uma volta em torno da nossa estrela mãe, completamos 365
voltas em tornos do nosso próprio centro. O quem mudou na nossa existência? O que
conseguimos construir? O que conseguimos destruir?
Fazia
um tempo que não escrevia textos em datas festivas. Não escrevi no advento, não
escrevi no natal, porém, hoje tive vontade de escrever, e dizer o quanto esse
ciclo me mudou, e o quanto eu quero que me mude no tempo que se inicia. Consegui
uma consciência melhor do meu eu, não num sentido egocêntrico pejorativo, mais
num sentido de saber me compreender, como um ser que se compreende é um ser que
se coloca diante das situações.
Parte
dessa criação de consciência veio de experiências vividas durante o ano, entre
elas posso citar a constelação familiar, e o estudo da filosofia, mais
especifico o autor alemão Schopenhauer. Ambos elementos combinados me fizeram
um pouco melhor. Ainda admito que há muito o que devo melhor, porém o inicio já
dado, comecei um caminho, uma escada que levará ao paraíso? Ou ao inferno? Confesso
que não sei a resposta, e talvez seja melhor assim.
Apenas
sigamos nesse caminho, um caminho que foi povoado com tantas pessoas, e algumas
ficaram pelo caminho, outras seguem comigo, outras precisam partir, preciso
aprender a abrir mão de relações que não me dão dignidade, saber trabalhar minhas
carências, é um ponto importante. E saber deixas as coisas fluírem é
importante, deixar que pessoas sigam o seu caminho sem culpa, sem prisão. As relações
devem ser construídas com respeito, e não em forma de prisão, de poder.
Agradecer
as pessoas novas que chegaram e me mostraram o quão melhor eu posso ser, e
quanto ainda posso crescer. Preciso aprender a fazer escolhas, por mais que
essas escolhas impliquem em abrir mão de outras situações, e uma das frases que
me marcou esse ano foi escutada na mesa de um bar, e é a seguinte “pense nos
ganhos, e não nas perdas”, saber que ganho mais deixando as coisas fluírem. Quando
faço uma escolha preciso ter consciência que ganho mais por tê-la feito, e por
mais que os rompimentos doam, foi o que escolhe e os frutos delas serão melhores.
Um
ano de cultivo, cultivei cactos, cultivei pessoas, amizades, e há uma
semelhança muito grande entre os cactos e os humanos, ambos têm espinhos, cabe
a nos sabemos em qual espinho vale a pena se espetar, em qual lugar vale a pena
correr risco.
Com
relação a Deus ou aos Deuses da terra, nossa briga cessou, eu estou tentando
ficar com Deus, estou tentando que ele fique comigo, e nossa briga terminou (de
começar), nossa relação esse ano foi tão conturbada, cheia de idas e vindas. E agora
nem que seja por um breve momento houve um armistício. Estamos em paz.