No Direction Home

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No Direction Home - Porsche 911

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Hoje posso dizer que um ciclo terminou na minha vida, eu terminei de ler Os Miseráveis, um livro intenso, vivo e apaixonante de Victor Hugo. Um livro que me fez ter uma série de questionamentos, sobre a nossa sociedade, por que ficamos preso a uma moral?  Moral que não nos serve, ou por que julgamos as pessoas mais por sua aparecia, do que pelas suas atitudes? As pessoas não podem mudar? Somos sempre culpados pelos nossos atos?  Nossas atitudes mudam o nosso meio?
Um menino que ver sua família passa fome, e por isto rouba um pão, é preso e condenando a ir para o inferno, onde ele perde a dignidade humana, e ganha apenas um número e é esquecido do mundo. Quando ele ganha a liberdade, todos o julga pela sua aparência e pelo seu passado, e já o condenam, porem uma pessoa o lembra que ele é humano, que ele tem dignidade.
Esta pessoa é um religioso, o que deveria ser o esperando, o Bispo de Digne, monsenhor Myriel, uma figura que é uma forte crítica aos nossos religiosos, uma crítica construtiva, pois mostra como as pessoas que resolveram abraça a Deus deveriam, não ter medo do homem, não podemos julgar, quem somos nós para tal coisa? Cristo foi um dos grandes exemplos, ele andava com pobres, pecadores e prostitutas, ele na sua época era considerado um bandido ou um arruaceiro, provavelmente seria chamado hoje por muitos religiosos, de pecador, de vagabundo, quando ele foi um exemplo de humanidade, humildade, um exemplo de amor.
A atitude do Bispo mudou a vida deste homem, ele sentiu-se apenas respeitado e amado, e o Bispo com sua ação o ganhou, mostrou que sempre teremos nossa dignidade diante de Deus. Deus não é um joguete humano, e não pode ficar preso as nossas morais e as nossas vontades, quando conhecemos esse amor e sabemos que ele é verdadeiro as coisas fluem naturalmente.
Um homem nunca será perdoado pelo seu pecado? Jean Valjean esteve sempre preso ao seu passado, por mais ele tenha se tornado prefeito, e ter feito várias obras boas a uma cidade as pessoas, ainda assim o julgava e o condenaram a uma vida de cão. Sempre sendo perseguidos por um erro, que é mais culpa da sociedade do que sua mesma. E por mais bondade que ele tenha feito a uma cidade, ele foi preso e condenado novamente pelo seu passado.
Porem ele não desistiu, e buscou sua humanidade, e não desistiu de seus sentimentos e sua palavra. Lutou buscou a criança de uma prostituta, que também foi vítima da sociedade. Ele cuidou e fez o seu melhor, essa criança torna-se uma linda mulher, a flor mais bela de um jardim, e no tempo certo a entregou para a felicidade.
E finalmente ele pode descansar encontra o que lhe faltava o equilíbrio que faltava, encontrou a remição dos seus pecados, encontrou Deus, e os seus, as pessoas que ele amava.
Os Miseráveis não é um mero livro, é uma lição de vida, nos mostra como devemos ser melhores, como não podemos fica preso a ideais que não são ideais, são apenas coisas secundarias, nossa primeira necessidade, é o amor, amar como sempre desejamos ser, e não apenas fica com um julgamento superficial, que nos afasta das pessoas e não nos deixa ver a realidade, a humanidade, precisa de mais humanos, pessoas que não tenha medo de tocar as outras, e que se olhe nos olhos, e possamos construir um mundo melhor, com consciência de que somos maiores que isto, vivemos num coletivo, o que eu faço altera a vida do meu semelhante, e vise e versa.
Que o amor seja a máquina que nos mova. A essência das pessoas, não nascemos sabendo odiar.

“Ele dorme. Embora a sorte tenha-lhe sido bem estranha,
Ele vivia. Morreu quando não teve mais seu anjo.
A coisa simplesmente veio por ela mesma,

Assim como a noite chega quando o dia se vai. – Victor Hugo.”

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