Hoje posso dizer que um
ciclo terminou na minha vida, eu terminei de ler Os Miseráveis, um livro
intenso, vivo e apaixonante de Victor Hugo. Um livro que me fez ter uma série
de questionamentos, sobre a nossa sociedade, por que ficamos preso a uma moral?
Moral que não nos serve, ou por que
julgamos as pessoas mais por sua aparecia, do que pelas suas atitudes? As pessoas
não podem mudar? Somos sempre culpados pelos nossos atos? Nossas atitudes mudam o nosso meio?
Um menino que ver sua família
passa fome, e por isto rouba um pão, é preso e condenando a ir para o inferno,
onde ele perde a dignidade humana, e ganha apenas um número e é esquecido do
mundo. Quando ele ganha a liberdade, todos o julga pela sua aparência e pelo
seu passado, e já o condenam, porem uma pessoa o lembra que ele é humano, que
ele tem dignidade.
Esta pessoa é um
religioso, o que deveria ser o esperando, o Bispo de Digne, monsenhor Myriel,
uma figura que é uma forte crítica aos nossos religiosos, uma crítica
construtiva, pois mostra como as pessoas que resolveram abraça a Deus deveriam,
não ter medo do homem, não podemos julgar, quem somos nós para tal coisa? Cristo
foi um dos grandes exemplos, ele andava com pobres, pecadores e prostitutas,
ele na sua época era considerado um bandido ou um arruaceiro, provavelmente
seria chamado hoje por muitos religiosos, de pecador, de vagabundo, quando ele
foi um exemplo de humanidade, humildade, um exemplo de amor.
A atitude do Bispo mudou
a vida deste homem, ele sentiu-se apenas respeitado e amado, e o Bispo com sua
ação o ganhou, mostrou que sempre teremos nossa dignidade diante de Deus. Deus não
é um joguete humano, e não pode ficar preso as nossas morais e as nossas
vontades, quando conhecemos esse amor e sabemos que ele é verdadeiro as coisas
fluem naturalmente.
Um homem nunca será perdoado
pelo seu pecado? Jean Valjean esteve sempre preso ao seu passado, por mais ele
tenha se tornado prefeito, e ter feito várias obras boas a uma cidade as
pessoas, ainda assim o julgava e o condenaram a uma vida de cão. Sempre sendo
perseguidos por um erro, que é mais culpa da sociedade do que sua mesma. E por
mais bondade que ele tenha feito a uma cidade, ele foi preso e condenado
novamente pelo seu passado.
Porem ele não desistiu, e
buscou sua humanidade, e não desistiu de seus sentimentos e sua palavra. Lutou buscou
a criança de uma prostituta, que também foi vítima da sociedade. Ele cuidou e
fez o seu melhor, essa criança torna-se uma linda mulher, a flor mais bela de
um jardim, e no tempo certo a entregou para a felicidade.
E finalmente ele pode
descansar encontra o que lhe faltava o equilíbrio que faltava, encontrou a remição
dos seus pecados, encontrou Deus, e os seus, as pessoas que ele amava.
Os Miseráveis não é um
mero livro, é uma lição de vida, nos mostra como devemos ser melhores, como não
podemos fica preso a ideais que não são ideais, são apenas coisas secundarias, nossa
primeira necessidade, é o amor, amar como sempre desejamos ser, e não apenas
fica com um julgamento superficial, que nos afasta das pessoas e não nos deixa ver
a realidade, a humanidade, precisa de mais humanos, pessoas que não tenha medo
de tocar as outras, e que se olhe nos olhos, e possamos construir um mundo
melhor, com consciência de que somos maiores que isto, vivemos num coletivo, o
que eu faço altera a vida do meu semelhante, e vise e versa.
Que o amor seja a máquina
que nos mova. A essência das pessoas, não nascemos sabendo odiar.
“Ele dorme. Embora a
sorte tenha-lhe sido bem estranha,
Ele vivia. Morreu quando não
teve mais seu anjo.
A coisa simplesmente veio
por ela mesma,
Assim como a noite chega
quando o dia se vai. – Victor Hugo.”
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