New York, 16 de Maio de 1912.

Abdul-Baha,voltou a Nova York há alguns dias. Na segunda-feira à tarde , o comitê Feminino da Sociedade Nova-iorquina em favor da paz ofereceu um grande recepção em sua homenagem , no Hotel Astor. Houve muitos oradores e “paz” era o único tema! Paz! Paz! Paz internacional! Paz universal! Foi cansativo, ilógico, monótono e insípido. A PAZ É O DESEJO DA VELHICE, E O MUNDO É JOVEM DEMAIS PARA SENTI-LO. EU DIGO: DEIXEM QUE HAJA GUERRAS: DEIXE OS FILHOS DA TERRA LUTAREM UNS CONTRA OS OUTROS, ATE QUE SE DERRAME A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE INPURO E ANIMAL. Por que razão deveria o homem fala em paz quando há tanto mal-estar em seu organismo que precisa sair, de um modo ou de outro? Não foi a doença da paz que se insinuou nos orientais causando-lhe a sua queda? PELO FATO DE NÃO COMPREENDEMOS A VIDA, TEMEMOS A MORTE, E O TEMOR À MORTE NOS FAZ RECEAR A LUTAR E A GUERRA. Aqueles que vivem aqueles que sabem o que é existir, aqueles que tem conhecimento da vida na morte não pregam a paz pregam a vida.

Meu único desejo Mary, é existir, e não importa como,onde ou quando. Não há paz na arte de existir.. Oh Mary como gostaria de beija-lhe as mãos agora e teus olhos também. E como gostaria de estar com você, em você e em torno de você...

KHALIL GIBRAN.