Posso tentar descobrir novamente a vida? Sem ti!
Cada vez a ferida parece que cicatrizará, sangra menos. Eu reconheço minha
força, eu reconheço tua força, deixo ir, quero que flua.
Se
for para os nossos caminhos se cruzarem novamente em um futuro, que assim seja.
Sei que precisa ir. Ambos precisamos disso. Eu preciso me curar. Vi o mal que
habita em mim, vi o mal que habita em ti. Não dava mais para continuar lutando,
foi necessário esse afastamento, minha paz depende disso. Eu retorno a buscar o
meu eu, meu eu que perdi em teu nome.
Não
dá mais, hoje eu me rendo, a luta acabou. Fui derrotado! Que essa derrota sirva
para crescer. Eu aprendi muito contigo. Agradeço o que houve de bom, pelos
momentos de sorriso, de conversa, de vivencia, foram bons, acredite, foram
verdadeiros. Eu nunca menti para ti nesse ponto, eu sempre tentei ser o mais
honesto, o mais presente, me doar até mais do que precisava, do que podia. Eu abri
minha alma, abri o santuário que há em mim, te dei as chaves.
Claro,
dentro desse lugar havia diversas coisas, boas e más, lá habitavam meus demônios
até então esquecidos. Eu tentei me moldar, me encaixar no teu mundo, eu queria
fazer parte dele, parte dos teus sonhos. Não percebi que o quanto mais
alimentava essa vontade, mais crescia meus medos, mais matava o que havia de
bom em mim para torna-me migalhas no teu mundo. “Eu não ficaria bem na tua
estante”, eu não ficaria bem no teu mundo.
Há
verdade foi que morri um pouco a cada dia, sangrei um pouco a cada momento ao
teu lado. Por fim tentei te transforma em um poema, alguns poemas terminam
tristes.
Eu
morri, matei o que havia de bom em mim. Lembra, eu te falei uma vez sobre a
pressão necessária para romper uma barra de ferro, e como esse rompimento é
doloroso, e não foi? Sei que doí em ti também.
Mas é hora, vá em paz, que novas flores cresçam nesse deserto, nessa ferida que
ainda tem sangue.
Que
os Deus da terra nos ajudem, que eles tragam a possibilidade de cura para
nossas dores. Que a vida siga seu rumo, que dos rompimentos novos ciclos nasçam.