- Você já olhou para o céu hoje?
Hoje eu olhei, e vi um espelho
Refletindo a historia do seculo,
Me senti tão longe, como queria
Estar longe. Como eu queria voar no tempo,
E chegar em um lugar tão distante,
E ver as maquinas voadoras
Rasgando o céu,
Como somos filhos da história
Filhos de um tempo que não nos
Foi dado a viver, apenas contemplar
As suas criações.
Como gostaria de viver um passado
Que não é meu, que não me foi dado.
- Lembra quando corríamos nos
campos abertos? Lembro-me de descansamos a sombra de uma arvore, e de lá
poderíamos ver o céu tão azul, tão pacifico, tão diferente do nosso tempo. Lembro
de ver aviões sobrevoando e tirando a calma do nosso céu, sempre ficava
pensando ande vão? Será que voltam?
A partida é sempre algo
presente, nesses tempos não sei o que dizer, será que sobreviveremos a esse
seculo? São tempos sombrios, tenho medo de que não volte meu amado ou será que
sou eu que não voltarei?
Não sei no que acreditar, há
uma sombra no meu norte, eu deveria partir, mas não tenho coragem, deixar minha
cidade e alguns amigos, é um preço muito alto, você sabe disso! Apenas queria
uns momentos de paz, um momento que eu pudesse me refazer.
Eu contemplei as dores do
mundo, vi como podemos ser maus, e mesmo dentro dessa maldade ainda existe um
pouco de bondade, acredita? Eu vi seus olhos, como estavam calmos e serenos. Lembro-me
de tua ultima carta meu amado. Lembro-me de tuas palavras:
“Somos filhos da história,
carregamos sobre nossos ombros o peso do passado, as dores de uma miséria e
ainda assim no meio de tanto mal encontramos forças para uma elevação, forças
para resistir diante do mal. Fragmentos de uma memoria , fragmentos de uma
historia, pedaços de nossas almas.
Eu andei por mais de uma hora
em campo aberto, apenas via ruínas e corpos. Eu apenas andava, não conseguia
sentir meu corpo. Estava anestesiado não sabia para onde ir, apenas andava. Estava
diante das ruínas de um passado que refletia um futuro.
O homem é um ser miserável que
chafurda na sua própria ruína, porém no meio dessas ruínas ainda aparecem
flores que resistem a miséria, que tentam negar nossa desgraça e nos levam a
colher algo de bom, algo que nos melhora, mesmo com nossa fragilidade. “